Chegou o tão esperado dia… como contei na Parte 1 e na Parte 2, resolvemos ficar uma noite em Águas Calientes, a noite prévia a subida para uma das maravilhas do mundo, a cidade perdida dos Incas. Acordamos BEM cedo, às 4 da manhã, chequei o tempo e vi que faria friozinho no começo e depois esquentaria um pouquinho de nada. Escolher roupa para ir para Machu Picchu é um pouco complicado pois a gente quer ficar bonita nas fotos mas ao mesmo tempo sabe que vai andar muito e que será um dia cansativo. Fui pelo básico: legging preta, tênis de trilha (desenterrei um Adidas antiiiiigo), um camisetão de malha gostosa e cor neutra, casaco (uma jaqueta da Passarela que AMO! Ela parece uma jaqueta de couro, tem um corte ótimo mas é de tecido que estica, então super confortável), lenço e levei uma blusa térmica na mochila.
Ah, o que levar na mochila: água, algum petisco (não vende nada dentro de Machu Picchu), câmera fotográfica, carregadores extras com bateria (levei dois, afinal não podia nem pensar em ficar sem bateria de celular ou câmera lá em cima), óculos de sol, passaporte para dar a carimbada na saída, balas de coca (se tiver folhas de coca, melhor) e um pózinho pro make ficar ok rsrsrs. Mulheres… Acho que isso é o básico. E claro, dinheiro.
Ok, fizemos o check out no hotel por volta de 4:30, e tínhamos uma hora para comprar o ticket do ônibus (não conseguimos comprar na noite anterior, pois fecha às 9 da noite e chegamos em Águas quase 10 pm) e fazer a tão falada fila. No momento do check out, o pessoal do hotel Waman perguntou se queríamos que levassem nossa mala para a estação, para não ter que voltar ao hotel buscar. Achei bacana e combinamos de entregarem nossa bagagem às 15:30 na estação, sendo que nosso trem de volta a Ollantaytambo (de lá para Cusco) sairia às 16:22. O café da manhã começaria a ser servido às 5 da manhã mas como estávamos prestes a sair, eles adiantaram um pouco. Gente, os staff dos hotéis são SUPER prestativos. Te ajudam mesmo! Conhecemos um casal de brasileiros que tinha ficado em outro hotel e fizeram até lanchinho para eles levarem para Machu. Muito amor.
Continuando, tomamos café da manhã e eu fiquei com medo de beber muito líquido pois me falaram que dentro de Machu Picchu não tem banheiro e eu fiquei com medo de ter vontade de fazer xixi quando não podia. AH! Mais uma coisa para levar na mochila: papel higiênico.
Bom, rumamos para o lugar onde vendia as passagens para o ônibus para Machu.
Sinceramente: super tranquilo. Eu e Rafa estávamos assustados, achando que a fila seria quilométrica como tinham alertado, mas nada disso. Foi bem rápido: ele foi pra fila do ônibus enquanto eu fazia a fila da passagem. Demorou coisa de 10 minutos e olhe lá! Pode ser porque fomos em baixa temporada também mas ATENÇÃO, de baixa não tem nada. Às 5:30 começam a subir os ônibus e são váaaaarios! Vão enchendo um atrás do outro. A vantagem de dormir em Águas Calientes é justamente conseguir chegar antes da penca de gente que vai pelo dia de Cusco, aproveitar mais e admirar tudo sem correria.
Conseguimos entrar se não me engano no 3º ônibus e partimos para uma experiência inesquecível.
O caminho por si só já encanta e fiquei chocada com a quantidade de gente que sobe a pé! É muita vontade de ter esportista viu rsrsrs. Mas sério, muita gente mesmo, imagino a hora que esse povo acorda!
Chegamos na entrada de Machu Picchu por volta de 6:30 (o percurso demora cerca de meia hora) e já tinha bastante gente para entrar. Tem um banheiro logo na entrada, então é bom esvaziar a bexiga ali, mas se tiver vontade de fazer xixi quando estiver dentro do parque, é só sair e usar o banheiro. Tudo bem que vai depender do quanto você está longe da saída, mas existe essa possibilidade. Você pode entrar e sair do parque 3 vezes durante o dia.
Sobre a baixa temporada… por dia, são liberados 2.500 ingressos para Machu e esse dia liberaram 2800! Não que tivesse gente a mais, mas o ANO TODO é assim! Então a baixa e a alta temporada na verdade quase nem existe. O que diferencia mesmo é a época de chuva, que aparentemente vai menos gente mas mesmo assim, achei tudo cheio.
Continuando… Machu Picchu exige guia. Não adianta querer economizar nessa parte porque não vai ser legal. Você vai ver um monte de pedra e não entender nada. E é uma novela conseguir um guia viu… Na entrada do parque vários vão oferecer seus serviços e o preço é o mesmo, mas dá para pechinchar. O guia particular custa 120 soles (algo como R$ 150) por duas horas e em grupo sai por 20 soles (30 reais) por pessoa, porém tem que ter no mínimo 6 pessoas para montar o grupo. Aí é uma bagunça porque você topa o grupo e o guia te deixa de molho enquanto ele tenta juntar mais pessoas. Pegamos uma que disse que já tinha o grupo quase formado, mas era truco dela, tinha grupo formado coisa nenhuma. Começou a demorar, demorar e eu louca pra entrar pro parque, vendo as pessoas já entrando e perde o sentido acordar tão cedo para ser uma das primeiras a entrar e ficar esperando o guia montar a turma. Encontramos um casal de brasileiros que estava no mesmo dilema da gente, também esperando formar o grupo deles e juntamos os dois casais, chegamos num guia e oferecemos 100 soles pra guiar 4 pessoas. Fechado, finalmente entraríamos em Machu Picchu.
Xixi antes, de novo.
Como ainda estava bem cedo, tinha muita neblina e eu estava com muito medo de chover. AH, MAIS UMA COISA PRA LEVAR NA MOCHILA: capa de chuva. Vendem em cada canto e custa baratinho, uns 5 soles. Mas o guia disse que não choveria, e que em pouco tempo a neblina iria embora e conseguiríamos ver tudo.
Dito e feito, com o passar das horas, o tempo foi abrindo e a maravilhosa Machu Picchu ficou exposta claramente.
Gente, gente… sem palavras.
Gente, presta atenção nessa pedra que faz ¨curva¨! Tudo se encaixa!
O único jeito de tirar foto perto delas, fingindo ser uma hahaha
Ficamos cerca de 2 horas e meia com nosso guia que era bem bom, falava pausadamente e até arriscava um portunhol de vez em quando. Muito paciente ele, quando terminou o passeio, nos liberou para ir para o ponto característico das fotos, onde dá pra ver Machu Picchu toda. E nesse horário, já estava cheio. É difícil tirar fotos em Machu sem que apareça mais gente… tem que ter paciência e saber aproveitar bem os ângulos! Pelo o que a gente vê nas fotos é vazio, mas não, é BEM cheio.
Ficamos mais umas duas horas admirando aquilo tudo. Eu simplesmente não conseguia acreditar no que via. Não sei se já comentei nos posts anteriores mas eu nunca tive vontade de ir pra lá. Achava bacana e tal mas vontade mesmo de ir, nunca tive. Mas quando vi Machu Picchu… meu Deus, é muito magnífico. É de ficar parado, admirando cada detalhe, tentando decifrar aquilo tudo, pensando como pode existir uma cidade daquelas, perfeita, no meio das montanhas e tão alto. Agora sim posso falar: vale muito a pena conhecer Machu Picchu!
Na saída, não se esqueça de carimbar seu passaporte.
Bom, já tínhamos até rolado na grama (uma leitora me falou de uma simpatia que tem que ser feita em Machu: deitar na grama e pedir $$$ rs. Não custa tentar né?) quando resolvemos voltar para Águas Calientes. Além do mais, tinha começado a chuviscar. Demos muita sorte com o tempo! Quase não pegamos chuva e quando pegamos, foi muito de leve. Voltamos para a cidade, por volta de 13h, almoçamos e fomos para uma feirinha de artesanato que fica ao lado da estação de trem.
O rio que corta Águas Calientes é nervooooooso! Faz um barulhão, dá um medo danado!
A feirinha é ÓTIMA, tem várias coisas bacanas e dá para pechinchar muito. Parte chata… se você perguntar o preço de algo, a vendedora não vai te largar. Vai querer vender a todo custo e ficam muito insistentes. Essa parte não curti.
15:30, o mocinho do hotel já estava na estação com nossa mala. Dei 5 soles de gorjeta pra ele e ele quase morreu! Por incrível que pareça, lá não cobram gorjeta em nada, nem nos restaurantes. Fica a mercê do consumidor. Só para tirar fotos com os lhamas que as mulheres ficam pedindo: propina, propiiiinaaaa.
A volta foi para Ollantaytambo tranquila, e como foi durante o dia, deu para admirar o rio Urubamba o tempo todo. O trem faz o percurso do LADO dele, por isso quando chove muito, o rio sobe e não tem trem que chegue a Machu Picchu.
Chegando em Ollanta, encontramos novamente o casal que dividiu o guia com a gente, eles voltaram no mesmo horário, no mesmo trem! E dividimos um táxi para Cusco, que fica a 1 hora e meia de Ollanta, pelo valor de 70 soles. Muito barato né?
Chegando em Cusco, comecei a passar mal. Machu Picchu fica mais baixo que Cusco (Machu a 2400 metros de altitude e Cusco a 3400 metros) e não me senti bem. Estômago ruim, tonturas e justamente na noite que iríamos conhecer mais um restaurante super indicado, o Cicciolina.
Bom, fomos de qualquer maneira, mas eu fiquei na sozinha (dieta de pollo, como eles chamam) e o Rafa se jogou na massa negra com camarões.
Tagliolini negro com camarões e molho de leite de coco e ervas. 44 soles, uns R$ 52.
Sopinha pro mal de altura.
Voltamos pro hotel (que desta vez foi o Quintas de San Blas) e apagamos. Dormir até tarde? Nananinanão… quem vai para aqueles cantos não dorme até tarde… Teríamos que acordar às 6 da manhã para mais um tour: Chinchinero e Maras Moray. No próximo e último post.
- Sobre os mistérios de Machu Picchu, é difícil contar tudo o que aprendi. Acho que tem que ir, ver, sentir e assimilar o lugar. Só posso dizer que é fantástico, e mais fantástico ainda é saber que mais de 70% da cidade inca está DENTRO DA MONTANHA! Sim, o que vemos nas fotos é apenas uns 30% da cidade!!! Ela foi (re) descoberta completamente por acaso por um professor americano, Hiram Bingham, que estava em expedição junto a Universidade de Yale, em 1911. Digo redescoberta pois cerca de 40 anos antes, Machu Picchu já tinha sido avistada por outro historiador, mas foi Bingham que deu a notícia ao mundo. Bom, não conto mais. TEM QUE IR!!!