Rélou Rélou Rélou!
Dando continuidade ao post da semana passada, vamos falar de outros itens de decoração que podem criar ou agravar ansiedade e depressão.
Estou feliz demais com a repercussão, obrigado a todas que comentaram, que encaminharam a matéria para outras pessoas, eu fico muito feliz em ajudar as pessoas a se sentirem melhor.
Passaram bem essa semaninha que chegou esfriando o Sul? Aqui já puxei 2 cobertinhas (para evitar brigas noturnas) e já tô adaptando cardápio para polenta, risoto… Então que tal trocar a bebida de hoje por um petisco? Vamos de pinhão!
Destralhe
Se você não ouviu o termo, ele é muito comum dentre os “minimalistas” ou “essencialistas”, que buscam ter o mínimo de coisas possíveis ou o mínimo de coisas que julgam necessário. Basicamente é livrar-se das coisas que não tem uso, ou das coisas duplicadas que tem na sua casa. Especialistas defendem que esse tipo de excesso aumentam os níveis de cortisol e atrapalham diretamente nossos sistemas digestivo e imunológico, afetando por exemplo padrões de sono e qualidade do nosso aprendizado.
Superfícies com muitos itens expostos criam padrões complexos e um excesso de coisas fazendo com que nosso cérebro gaste muita energia para poder assimilar. Por outro lado, a falta de objetos nas superfícies nos dá a sensação de não-pertencimento, ou seja, cada pessoa deve encontrar seu ponto de equilíbrio. Um exercício efetivo e gratificante é retirar tudo de uma superfície horizontal (um aparador por exemplo) e ir incluindo coisas devagar e sentindo até onde você se agrada. Não faça isso na casa toda de uma vez. Vá um local por vez. Uma mesinha de cabeceira, depois a mesa do escritório. Uma prateleira da estante… assim você não se sobrecarrega e vai aos poucos se acostumando ao “peso” visual que te agrada.
Materiais
No vídeo a Vivien dedica todo um capítulo sobre a frieza dos materiais. Eu não acredito que o fato de usarmos plásticos, laminados, porcelanatos ou vidros na nossa decoração nos vá sentir depressivos, porém acredito que essa relação é válida em Vancouver, onde os invernos são intensos e aí realmente uma relação de emprego de madeiras naturais, lãs e algodão naturais vão fazer diferença na saúde mental.
Segundo os analistas nós temos intrinsicamente no sentido do tato o desejo de nos conectarmos com materiais naturais, então se a sua região é mais fria, vale a pena se atentar neste item e buscar tapetes, cortinas e estofados em materiais naturais. Seda, linho, algodão e lã por exemplo.
Falta de Luz Natural
É conhecido na esfera científica que a exposição a luz natural aumento a produção da serotonina, melhorando nosso humor. Uma casa com maior incidência de luz natural fará com que os moradores tenham mais energia e fiquem mais alertas. Se seu espaço não tem uma ampla penetração (ui) de luz, alguns truques que ajudam são:
Pintura em tons mais vibrantes;
Espelhos refletindo a luz natural que entra (tomando cuidado com os problemas que o espelho pode trazer, relatados no post anterior);
Fontes adicionais de luz artificial, como abajures e luminárias de coluna, aqui eu acho válido pontuar a escolhe de uma temperatura de cor de luz próxima a 4000k que é equiparada ao tom da luz natural do sol.
Vale lembrar que as luzes artificiais também afetam nosso ciclo circadiano, para quem não conhece, olha esse esquema simplificado:
Alterações neste ciclo podem causar problemas de insônia e desânimo, por isso a maioria dos aparelhos mais modernos tem aquela função “modo noturno” que faz com que eles fiquem com as telas mais amarelinhas.
Posição da Luz Artificial
O local onde posicionamos a luz influencia diretamente nosso humor e comportamento. Uma luz focada, diretamente sobre você (tipo luz de interrogatório) vai te deixar no modo alerta, incomodada/o e se sentindo desprotegida/o.
Por isso luzes acima da mesa de jantar, sobre a cama ou sobre mesas de trabalho/estudo seria muito bom considerar que tivessem sempre ter um controle de intensidade (com lâmpadas smart é fácil de conseguir hoje em dia) ou se você não quer mais uma coisa smart, pode incluir um dimmer físico (substituindo o interruptor) e adquirindo uma lâmpada que aceita dimerização.
Cores
As cores nos afetam psicologicamente de forma muito forte. É impossível dissociar a influência do que nos rodeia dos efeitos diretos delas. A incontáveis estudos sobre as cores, porém pouco ainda se sabe sobre a profundidade dessa relação.
O que se pode afirmar já, é que azuis, verdes e lilases são tons frios e suavizam ambientes. Basta relacionar com o céu azul, os campos verdejantes ou as plantações de lavanda.
Vermelhos, amarelos e laranjas são catalogados como tons quentes e fazem alusão ao sol e ao fogo, se relacionando com aconchego e acolhimento.
Em estudos azuis se mostraram eficientes e acalmar pessoas, desacelerar metabolismo, diminuir batimentos cardíacos e pressão arterial. Algumas pessoas podem sentir-se tristes e desanimadas em locais com muito emprego de tons azuis.
Já o vermelho, uma cor vibrante e estimulante que evoca a urgência, e que pode melhorar depressão, infelizmente pode também causar efeitos de raiva e agressividade. Para não chegarmos a estes sentimentos, o melhor é utilizarmos tons rosados ou de terracota. O laranja por exemplo é considerado um antidepressivo, e se mostrou eficiente em melhorar o sistema imunológico e digestivo.
Verdes nos ligam diretamente a natureza e tem efeitos refrescantes, calmantes e relaxantes culminando em sensações de harmonia e equilíbrio, ajudando a diminuir ansiedade e stress.
Marrons, o maior dos neutros é relacionado com confiança, estabilidade, segurança e conforto.
Amarelos melhoram o humor e trazem energia, em contrapartida também podem causar distrações.
Importante frisar também que cada pessoa pode ter percepções diferentes das cores, assim como essa relação de percepção de efeito da cor pode ser alterada até por diferenças culturais e/ou crenças. Contudo uma regra é sim universal, cores mais saturadas (clarinhas) são mais relaxantes, e cores mais escuras são mais estimulantes/energizantes. É preciso exercitar um certo auto conhecimento e reconhecer suas necessidades individualmente.
Pontos que eu concordo com o vídeo são: Evite e branco absoluto e a paleta 50 tons de cinza. Branco total é estressante e causa ansiedade e o cinza sem adição de outras cores não é um ambiente que fará uma pessoa sentir-se bem humorada ou animada.
Distribuição de Mobiliário
Um bom layout de mobiliário faz toda a diferença na percepção espacial. Locais com fluidez e leveza visual, que estimular interação social fazem com que a ansiedade diminua e sentimentos de opressão. Simetria também é um conceito que agrada mentalmente e traz satisfação ao nosso cérebro. Se a sua casa tem muita mobília, tente realocá-las deixando espaços maiores dentre elas ou até mesmo retirando peças.
Pense na maneira que você costuma passar pelos espaços, verifique se um posicionamento diferente não vai deixar o uso mais fluído e intuitivo.
Reposicionar mobília no ambiente pode ajudar até mesmo a quebrar padrões de pensamentos negativos que pelo bloqueio visual acabavam “presos” dentro do nosso subconsciente. Reposicionar coisas também evita a culpa da compra e não causa stress de lidar com gerenciamento de novos itens a serem inseridos nos ambientes. Mas entenda. Essa mudança também não pode se tornar compulsiva, nem causar ansiedade de pensar que as coisas “ainda não estão do jeito certo”.
Vivien embasou o vídeo em um livro, que para quem lê inglês está disponível AQUI, infelizmente não encontrei ele traduzido.
Espero que essa série de 2 posts tenha sido proveitosa! Lembrem-se que se tiverem dúvidas, podem pedir temas nos comentários.
Bença!