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Bem Estar, Decoração, Mi Casa Su Casa
03 abr 2022, 13 comentários

Mi Casa Su Casa – Ansiedade e Depressão II

Rélou Rélou Rélou!

Dando continuidade ao post da semana passada, vamos falar de outros itens de decoração que podem criar ou agravar ansiedade e depressão.

Estou feliz demais com a repercussão, obrigado a todas que comentaram, que encaminharam a matéria para outras pessoas, eu fico muito feliz em ajudar as pessoas a se sentirem melhor.

Passaram bem essa semaninha que chegou esfriando o Sul? Aqui já puxei 2 cobertinhas (para evitar brigas noturnas) e já tô adaptando cardápio para polenta, risoto… Então que tal trocar a bebida de hoje por um petisco? Vamos de pinhão!

Destralhe

Se você não ouviu o termo, ele é muito comum dentre os “minimalistas” ou “essencialistas”, que buscam ter o mínimo de coisas possíveis ou o mínimo de coisas que julgam necessário. Basicamente é livrar-se das coisas que não tem uso, ou das coisas duplicadas que tem na sua casa. Especialistas defendem que esse tipo de excesso aumentam os níveis de cortisol e atrapalham diretamente nossos sistemas digestivo e imunológico, afetando por exemplo padrões de sono e qualidade do nosso aprendizado.

Superfícies com muitos itens expostos criam padrões complexos e um excesso de coisas fazendo com que nosso cérebro gaste muita energia para poder assimilar. Por outro lado, a falta de objetos nas superfícies nos dá a sensação de não-pertencimento, ou seja, cada pessoa deve encontrar seu ponto de equilíbrio. Um exercício efetivo e gratificante é retirar tudo de uma superfície horizontal (um aparador por exemplo) e ir incluindo coisas devagar e sentindo até onde você se agrada. Não faça isso na casa toda de uma vez. Vá um local por vez. Uma mesinha de cabeceira, depois a mesa do escritório. Uma prateleira da estante… assim você não se sobrecarrega e vai aos poucos se acostumando ao “peso” visual que te agrada.

Materiais

No vídeo a Vivien dedica todo um capítulo sobre a frieza dos materiais. Eu não acredito que o fato de usarmos plásticos, laminados, porcelanatos ou vidros na nossa decoração nos vá sentir depressivos, porém acredito que essa relação é válida em Vancouver, onde os invernos são intensos e aí realmente uma relação de emprego de madeiras naturais, lãs e algodão naturais vão fazer diferença na saúde mental.

Segundo os analistas nós temos intrinsicamente no sentido do tato o desejo de nos conectarmos com materiais naturais, então se a sua região é mais fria, vale a pena se atentar neste item e buscar tapetes, cortinas e estofados em materiais naturais. Seda, linho, algodão e lã por exemplo.

Falta de Luz Natural

É conhecido na esfera científica que a exposição a luz natural aumento a produção da serotonina, melhorando nosso humor. Uma casa com maior incidência de luz natural fará com que os moradores tenham mais energia e fiquem mais alertas. Se seu espaço não tem uma ampla penetração (ui) de luz, alguns truques que ajudam são:

Pintura em tons mais vibrantes;

Espelhos refletindo a luz natural que entra (tomando cuidado com os problemas que o espelho pode trazer, relatados no post anterior);

Fontes adicionais de luz artificial, como abajures e luminárias de coluna, aqui eu acho válido pontuar a escolhe de uma temperatura de cor de luz próxima a 4000k que é equiparada ao tom da luz natural do sol.

Vale lembrar que as luzes artificiais também afetam nosso ciclo circadiano, para quem não conhece, olha esse esquema simplificado:

Alterações neste ciclo podem causar problemas de insônia e desânimo, por isso a maioria dos aparelhos mais modernos tem aquela função “modo noturno” que faz com que eles fiquem com as telas mais amarelinhas.

Posição da Luz Artificial

O local onde posicionamos a luz influencia diretamente nosso humor e comportamento. Uma luz focada, diretamente sobre você (tipo luz de interrogatório) vai te deixar no modo alerta, incomodada/o e se sentindo desprotegida/o.

Por isso luzes acima da mesa de jantar, sobre a cama ou sobre mesas de trabalho/estudo seria muito bom considerar que tivessem sempre ter um controle de intensidade (com lâmpadas smart é fácil de conseguir hoje em dia) ou se você não quer mais uma coisa smart, pode incluir um dimmer físico (substituindo o interruptor) e adquirindo uma lâmpada que aceita dimerização.

Cores

As cores nos afetam psicologicamente de forma muito forte. É impossível dissociar a influência do que nos rodeia dos efeitos diretos delas. A incontáveis estudos sobre as cores, porém pouco ainda se sabe sobre a profundidade dessa relação.

O que se pode afirmar já, é que azuis, verdes e lilases são tons frios e suavizam ambientes. Basta relacionar com o céu azul, os campos verdejantes ou as plantações de lavanda.

Vermelhos, amarelos e laranjas são catalogados como tons quentes e fazem alusão ao sol e ao fogo, se relacionando com aconchego e acolhimento.

Em estudos azuis se mostraram eficientes e acalmar pessoas, desacelerar metabolismo, diminuir batimentos cardíacos e pressão arterial. Algumas pessoas podem sentir-se tristes e desanimadas em locais com muito emprego de tons azuis.

Já o vermelho, uma cor vibrante e estimulante que evoca a urgência, e que pode melhorar depressão, infelizmente pode também causar efeitos de raiva e agressividade. Para não chegarmos a estes sentimentos, o melhor é utilizarmos tons rosados ou de terracota. O laranja por exemplo é considerado um antidepressivo, e se mostrou eficiente em melhorar o sistema imunológico e digestivo.

Verdes nos ligam diretamente a natureza e tem efeitos refrescantes, calmantes e relaxantes culminando em sensações de harmonia e equilíbrio, ajudando a diminuir ansiedade e stress.

Marrons, o maior dos neutros é relacionado com confiança, estabilidade, segurança e conforto.

Amarelos melhoram o humor e trazem energia, em contrapartida também podem causar distrações.

Importante frisar também que cada pessoa pode ter percepções diferentes das cores, assim como essa relação de percepção de efeito da cor pode ser alterada até por diferenças culturais e/ou crenças. Contudo uma regra é sim universal, cores mais saturadas (clarinhas) são mais relaxantes, e cores mais escuras são mais estimulantes/energizantes. É preciso exercitar um certo auto conhecimento e reconhecer suas necessidades individualmente.

Pontos que eu concordo com o vídeo são: Evite e branco absoluto e a paleta 50 tons de cinza. Branco total é estressante e causa ansiedade e o cinza sem adição de outras cores não é um ambiente que fará uma pessoa sentir-se bem humorada ou animada.

Distribuição de Mobiliário

Um bom layout de mobiliário faz toda a diferença na percepção espacial. Locais com fluidez e leveza visual, que estimular interação social fazem com que a ansiedade diminua e sentimentos de opressão. Simetria também é um conceito que agrada mentalmente e traz satisfação ao nosso cérebro. Se a sua casa tem muita mobília, tente realocá-las deixando espaços maiores dentre elas ou até mesmo retirando peças.

Pense na maneira que você costuma passar pelos espaços, verifique se um posicionamento diferente não vai deixar o uso mais fluído e intuitivo.

Reposicionar mobília no ambiente pode ajudar até mesmo a quebrar padrões de pensamentos negativos que pelo bloqueio visual acabavam “presos” dentro do nosso subconsciente. Reposicionar coisas também evita a culpa da compra e não causa stress de lidar com gerenciamento de novos itens a serem inseridos nos ambientes. Mas entenda. Essa mudança também não pode se tornar compulsiva, nem causar ansiedade de pensar que as coisas “ainda não estão do jeito certo”.

Vivien embasou o vídeo em um livro, que para quem lê inglês está disponível AQUI, infelizmente não encontrei ele traduzido.

Espero que essa série de 2 posts tenha sido proveitosa! Lembrem-se que se tiverem dúvidas, podem pedir temas nos comentários.

Bença!

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Bem Estar, Decoração, Mi Casa Su Casa
27 mar 2022, 27 comentários

Mi Casa Su Casa – Ansiedade e Depressão

E chegamos ao ponto de falar sobre ansiedade e depressão na esfera de decor, mas antes, vamos conversar um cadin! Senta pra um cházin.

Olá povo do planeta Fufu, como vocês estão? Sei que sumir, passamos semanas sem post. Quem está aqui a mais tempo sabe que eu prefiro não aparecer aqui do que aparecer com um post corrido por falta de tempo. Qualidade sempre me parece mais importante do que quantidade, e por isso opto por pular um post do que entregar uma matéria mais-ou-menos.

Tenho estudado já há quase dez anos sobre bem estar e a influência dos ambientes em nós. Nisso entram questões físicas, como estudos de ergonomia e quantidade de iluminação. Entretanto muito do que nos afeta é impalpável. Psicologia das cores, conforto psicológico e uma série de itens que são muito pessoais (então não é uma receita de bolo) influenciam no que é bom ou não para cada um. Por volta de duas semanas atrás eu caí em um vídeo da Vivien, uma decoradora do Canadá que falou sobre o tema citando estudos de universidades de forma breve, mas que fizeram muito sentido ao que eu percebi ao longo de mais de 15 anos criando ambientes residenciais e comerciais. Muito da matéria é uma transcrição do vídeo, porém adaptei muitas coisas para nosso jeitinho brasileiro. Se você quer ver o vídeo original em inglês deixo o link AQUI. Caso você não compreenda inglês o YouTube criou uma nova ferramenta que traduz automaticamente conteúdos, então pode usar esse recurso que quando o vídeo original é em inglês e a pessoa tem uma boa dicção e não usa muitas gírias a legenda automática fica muito boa.Que é o caso dela.

E chega de conversê, que essa introdução sozinha já dá um post, são quase 300 palavras.

Hoje veremos quatro coisas que podem afetar a saúde mental das pessoas que habitam ou trabalham em locais ontem estes itens foram empregados.

Ambientes com apenas linhas retas.

De forma instintiva locais com poucas formas orgânicas são compreendidas por nosso sistema como uma ameaça, como se estivéssemos em uma prisão ou algo do tipo. Acrescentar formas orgânicas suavizam os espaços e tiram nosso cérebro do modo alerta, trazendo mais tranquilidade.

Você não precisa sair substituindo tudo. Incluir um tapete arredondado, mesas ovais, vasos com formatos orgânicos já cumprem a função, assim como incluir almofadas nos sofás criam camadas de suavidade.

Não é à toa que temos visto nos últimos anos uma profusão de sofás curvos, tapetes com formatos e/ou estampas com menos linhas retas.

Plantas

Sim, sua vó estava corretíssima. Aquela muda de dinheirinho plantada na lata do achocolatado já era uma forma de terapia. Quando falamos de cuidar de plantas, o sentimento de propósito e de gratidão são ativados, diminuindo depressão. Ao meu ver, como as plantas tem seu tempo próprio de germinar, desenvolver, florescer/frutificar e tudo isso ajuda a exercitar a ansiedade. Claro que tem pessoas que devido estilo de vida ou espaço, não podem/conseguem ou simplesmente não querem plantas naturais.

Invista então em plantas permanentes, que sejam realistas e disfrute dos benefícios de algo mais orgânico no seu ambiente. De fato, no próximo tópico falaremos de arte, e até mesmo fotografias de natureza tem o poder calmante das plantas. Ao meu ver, os pets também tem a mesma dinâmica de cuidados, de pertencimento e se as plantas te devolvem amor em forma de flores ou frutos, os animais devolvem sem lambidas, ronrons e etc…

Falta de Arte

Arte é uma forma de expressão, e a inclusão de objetos de arte, seja quadros, esculturas ou outros tipos, foram analisadas por neurobiologistas da UCL (Universidade de Londres) que descobriram que apreciar arte nos traz a mesma liberação de dopamina que temos ao nos apaixonarmos. Claro que o pastel com caldo de cana na feira com mozão vai ser diferente, mas a inclusão de arte em hospitais por exemplo refletiu em diminuição de dor física e sensação de sofrimento, além de ter diminuído o tempo de internação de pacientes.

Em nosso país arte é praticamente um artigo de luxo, e eu gostaria de desmistificar um pouco isso. Independente do preço o que sugiro colocar nos teus ambientes são imagens de coisas que te fazem felizes. Ontem mesmo penduramos na nossa parede listrada iConyca (presente da Cony para nossa casa nova) um quadro que ganhei de presente de um amigo 22 anos atrás. Ele já esteve no meu quarto, na sala do apartamento antigo e agora ele acompanha a gente e as visitas ao banheiro, espiando sorrateiramente nossas intimidades:

Como falei lá no começo, cores nos afetam diretamente, então sem muita ciência: Cores mais vibrantes e estimulantes ficam melhores em áreas sociais ou de pouca permanência (hall, corredor) e tons mais calmos e neutros nos ajudam a relaxar sendo indicados para locais de relaxamento e descanso (banheiros com banheira, quartos). Lembrando que pela própria natureza humana, pessoas mais extrovertidas serão atraídas por arte mais vibrante, e pessoas tímidas por peças mais relaxantes, com cores em degradê.

Além de pinturas, fotografias são uma forma democrática de personalizar sua casa. Fotos dos filhos, de animais, de lugares que visitou ou que deseja conhecer, tudo que te traga felicidade ao contemplar.

Onde conseguir itens para sua casa?

Gosto da BOEMI, Gosto da GALERIA9 e descobri recentemente no TiokTok o Gabriel, um artista brasileiro que trabalha tanto com obras de colagens originais assim como com quadros e impressões de suas colagens, o material dele é incrível e está disponível AQUI, e também foi parar na minha wishlist.

Espelhos

Queridinhos de muitos, os espelhos são um recurso que traz profundidade, luz e sensação de amplitude. Muito utilizado por designers e arquitetos, ele é um bom truque, mas que também agrega complexidade aos ambientes e como já comentei aqui anos atrás, ele pode dar muito errado. Quando o espelho é empregado em um local já muito preenchido ele pode dar a impressão de entulho. Essa mensagem chega ao nosso cérebro como um problema, que inconscientemente tentará organizar e resolver essa bagunça, causando estresse.

A maioria das pessoas, mas principalmente as que trabalham com itens visuais (como web designers, publicitários…) e quem trabalha com a própria imagem, como youtubers, influenciadores em geral, podem sofrer de ansiedade visto que seus olhos são treinados para buscar simetria, equilíbrio e perfeição. Essa exposição constante em casos estremos pode causar transtorno dismórfico corporal, que basicamente é uma preocupação insalubre com determinadas partes do nosso corpo. Mesmo pessoas com grande aceitação corporal relataram sintomas de stress e ansiedade ao ficarem longos períodos em locais onde se viam refletidas diretamente. A indicação é não usar espelhos em locais de longa permanência, ao menos não voltados para assentos por exemplo e caso já os tenha, realocá-los substituindo por quadros ou outras formas de arte.

E passamos de mil palavras e não cheguei nem na metade da conversa, então hoje vamos ficando por aqui e semana que vem tem a parte dois. E tem mesmo já está escrito & programado!

Deixem nos comentários suas contribuições e se tiver sugestão para próximos posts também!

Bença!