Futilish

Chora Que Eu Te Escuto!

Como tá a quarentena por aí? Aqui, já inventando coisas pra fazer. E pegando no pé dos meus pais pra eles não sairem de casa! Gente que coisa louca né? Parece filme…

Enfim, vamos nos entreter e ajudar as migue chorosas.

Chora 01 – Alcool

Oi Cony, tudo bem? 
Sou leitora do blog a muitos anos e já pensei várias vezes em escrever esse chora, quem sabe alguma de suas inúmeras leitoras já tenha passado por algo parecido e consiga me ajudar. Meu chora se chama ENXAQUECA! Tenho 38 anos e tenho enxaqueca desde os 12. Já tive épocas melhores e piores. No momento, tomo de 6 a 10 comprimidos por dia, TODOS OS DIAS. Sim, tenho dor de cabeça todos os dias, normalmente já acordo com dor. Já fiz diversos tratamentos, com neurologistas, clínicos gerais, psicólogo, psiquiatra, massagem, acupuntura, já fiz botox, já coloquei piercing na orelha (daith piercing, no ponto da enxaqueca), já troquei inúmeras vezes de anticoncepcional,  já suspendi o uso , já engravidei (não por causa da dor né, mas só pra constar que durante a gravidez tbm sentia dor) , já coloquei DIU (Mirena), já tirei férias, mudei de trabalho, já tentei ficar no escuro, já tentei gelo, compressa gelada, compressa quente, faço exercícios físicos de 3 a 5x por semana, durmo bem, ou seja, já tentei muita coisa! Minhas últimas apostas foram: colocar aparelho nos dentes (coloquei em dezembro/19 e obviamente ainda não deu nenhum resultado) e fazer cirurgia de desvio de septo (fiz dia 10/02/20 e ainda estou em recuperação, pois fiz uma rinoplastia junto). Algumas vezes tenho crises super fortes, que não me deixam trabalhar, dirigir ou sair de casa, mas normalmente, no dia a dia, são dores moderadas, mas muito chatas, ninguém merece viver com dor né? Eu tento viver normalmente, não fico falando que estou com dor, mas as pessoas mais chegadas, marido, amigos do trabalho, família sabem, até pq não me lembro da última vez que estive 100% de boa. As vezes, só as vezes, os remédios fazem efeito, mas me deixam super enjoada…quando o enjoo passa, a dor começa de novo e assim vou seguindo…alguém tem alguma dica, uma luz ou qualquer coisa que possa me ajudar?
Desde já te agradeço por esse espaço, espero que publique 🙂 Um abraço!

Miga, infelizmente eu não consigo te ajudar porque não tenho enxaqueca e não quero falar bobagem… Mas tenho CERTEZA que várias leitoras vão se pronunciar aqui pra te ajudar!!! E olha, elas sabem bem de várias coisas viu? Até hoje não esqueço de um Chora que a moça tinha infecção urinária de repetição há anos e se curou seguindo o conselho das meninas! Vou ficar de olho também para aprender algo sobre enxaqueca tá? Boa sorte!

Chora 02 – Sabonete

Olá. Obrigada por esse espaço. Não faz tempo que conheço o blog, diferente da maioria, mas já sou fã, você é uma Deusa na Terra, rs. 

Tenho mais de 40 anos, sou casada há 15 anos, sem filhos, trabalho e tenho uma vida legal. Não temos brigas, meu marido é bem sossegado e nos valorizamos e nos amamos mutuamente. Quando mais jovem eu era uma pessoa super sociável, mas nunca fui de muuuitos amigos. Eu curtia o momento, as pessoas e não ficava pensando muito.

Sou uma pessoa meio “sincerona”, que fala, ponderadamente, o que pensa, gosto de brincar etc.

Mas, fazendo um balanço, eu percebo que não mantenho amizades por longas datas. Acho que eu fui cansando das pessoas. Eu vejo pessoas que fazem festas e têm aqueles amigos desde a infância, faculdade e eu não tenho isso. Eu até faço colegas quando algo nos une (exemplo emprego). Ai eu saio do emprego e não mantenho mais relações com as pessoas. Não que houvesse brigas, nada disso. Apenas o afastamento. 

Não sei, mas isso agora está me incomodando um pouco.

Pode ser que alguns fatos tenham contribuído para isso. Sofri bullyng na adolescência, meu padrasto não deixava sair e namorar, mas eu ia levando do jeito que dava. Ia para casa de parentes no interior, nas férias, onde tinha mais liberdade; mas sem amigos. Ficava mais com minhas tias. Isso até uns 20 anos. 

Meus pais se separaram eu tinha 1 ano e minha mãe se mudou comigo e com meu padrasto para outra cidade. Minha mãe nunca valorizava; não era amiga. Nunca tive esse lance de familiares falarem que se amam, etc. Comecei a ter isso com o meu marido, que eu considero que tem uma família estruturada e legal.

Quando estava na faculdade ia de ônibus fretado e houve um fato de uma pessoa (por fofoca de outra que se dizia minha amiga) fazer um escândalo gritando no ônibus para todos ouvirem que eu era ridícula, falava mal dos outros etc. Não citou meu nome; não precisava né? Falou olhando para mim e gritando no meu ouvido. Fiquei sem ação; só ouvi. A fofoca foi de uma festa que fui e disse a essa “amiga” que não gostei. Opinião minha  espalhada de forma maldosa. Acho que isso mexeu comigo, até porque eu tinha que ir nesse ônibus todos os dias. 

Outra “amiga” que eu percebia que tinha interesse em namorado meu (soube com certeza por amigos dele e os inúmeros sinais dela). Mas, mantive a amizade, quase sendo sócia dessa pessoa. 

Depois, tive um relacionamento abusivo com namorado (antes do meu marido) que me humilhava e chegou a falar mal de mim até para minha família quando eu terminei o namoro etc. A família me apoiou na decisão do término; ainda mais depois do embuste fazer isso; que ainda me perseguiu por 2 anos.

Tudo isso foi meio que minando a minha confiança nos outros e eu mantenho uma certa distância sim; mesmo, as vezes, querendo ser mais próxima. 

Sabe quando parece que a gente “perde a mão” de saber fazer algo; fazer amizade ? Até mesmo primos que eram próximos (do interior), eu meio que me afastei e não cultivo, não marco nada. Porque só eu tenho que ir atrás? Eles nunca vem e nunca vieram visitar. E, com a correria, as pessoas também não marcam. O que acaba por afetar algo mais duradouro. Eu já desconfio que a pessoa quer me usar. 

As vezes acho que sou uma pessoa ruim, que não tenho nada a acrescentar aos outros. Não vou dizer que vivo isolada. Não é isso. Mas não é aquela coisa de ter amigas de ir comprar roupas juntas, fazer confidências, tomar um café, sabe? Ou será que isso é só coisa de adolescente? 

Será que tenho atitudes que podem afastar as pessoas também? Não sei. Não consigo ver. Já tentei terapia; mas nisso, não me auxiliou. Será que sou “mala” ? O que é ser “mala”?

Desculpe o texto imenso e obrigada!

Eu li esses dias que quanto mais velha a gente fica, menos amigos tem. Ficamos mais seletivas, não queremos mais stress, não queremos mais falsidades, aprendemos a identificar gente que se aproxima por interesse, pessoas aproveitadoras… O que antes nem ligávamos, depois de maduras começamos a selecionar quem queremos realmente ao nosso lado. Buscamos por qualidade e não quantidade. E eu que o diga… ja não tenho paciência mais pra piti de amiga, pra cobranças, pra amizades superficiais e por conveniência.

E você falou algo que concordo demais! Também parei de ir atrás de quem não dava um passo por mim! Dou prioridade a quem me dá prioridade. E sabe de uma coisa, quem é seu amigo de verdade, permanece! Esses dias eu saí com uma amiga de infância, das poucas que tenho, mais de 30 anos de amizade, moramos na mesma cidade, e sinceramente a vejo umas 4, 5 vezes por ano. Como minha vida é muito corrida e tudo é em cima da hora, as vezes tem dias, semanas, meses que não falo com ela mas apareço de repente e chamo pra sair. E assim foi da última vez e ela me disse “amiga, eu sei que você é assim. Sei que você aparece do nada e chama pra sair, mas eu não ligo porque te conheço.” E é um encontro TÃO leve como se eu a visse todos os dias. E é assim que amizade tem que ser, leve, tranquila e que te respeite como você é! Não force amizade, assim como não devemos forçar amores e nem sapatos!!!

Chora 03 – Veja

Cony, senta que lá vem a história…

Conheço meu marido desde sempre… Ele é o melhor amigo de um primo meu. Então, desde a minha infância tivemos uma convivência. Na verdade era até pouca porque eu tinha PAVOR dele. Achava intragável. Achava né…

Já adolescente, fui a um show na cidade desse meu primo, mas com outras pessoas. Uma das minhas amigas me falou no ouvido que estava super interessada num cara que tinha passado.. quando ele voltou me mostrou. Eu falei pra ela que conhecia demais e que iria apresentar pra ela. E lá fui eu.. cheguei bem no ouvido dele e disse que minha amiga queria conversar com ele.. Ele olhou bem nos meus olhos e disse: mas eu quero é você. Sempre foi você. 

Pronto. Ganhou meu coração. Namoramos desde os 15 anos eu e ele 17. Um amor daqueles!! Fazíamos tudo juntos. Aos 17 anos engravidei. Meus pais me deram várias opções e me apoiariam na que eu resolvesse. Ele me pediu em casamento. Casamos 45 dias depois e nos mudamos. Ano de 1997!!! Enfim, filho chegou, vida mudou. Continuei estudando, faculdade, casamento meio estranho mas levando. Em 2007 chega nossa princesa linda. Eu trabalhando demais e não tinha tempo de curtir nem os filhos. Ele trabalhava, mas a hora que queria, salário variável e sempre se contentou com aquilo. Eu sempre quis o melhor pra meus filhos e assumi tudo. 2019 filho mais velho já morando em Valadares fazendo faculdade de medicina, forma em 2021. Assim que o mais velho saiu de casa precisei abrir mão do trabalho e ficar com a mais nova. Então era totalmente dependente do marido, o relacionamento já estava tóxico, eu na terapia tomando milhões de medicamentos. 

Um dia recebi a ligação do meu pai querendo que eu viesse trabalhar com ele, pois queria um dos filhos na empresa. No outro dia eu estava lá. Minha vida, finalmente, voltando para as minhas mãos. Setembro 2019, após muita bebida, (eu não bebo), fui agredida fisicamente, psicologicamente e ameaçada de morte pela minha cunhada. Ameaçou inclusive meus filhos. Polícia. B.O. Meu marido ficou do meu lado. Processo criminal. Dias depois brigas e brigas absurdas em casa. Confusões. Gritos. Juntei poucas roupas minhas de minha filha e sai de casa. 22 anos de casamento, mas nem olhei pra trás. Estava livre! Trabalhei muito. E em dezembro, abri uma mensagem no Instagram ( nunca abro de homens). Me encantei com as palavras. 2 dias depois mandei um: que bom ter vc por aqui.

Ahhhh, Cony!!! Não deixamos mais de conversar. Só pelo whatsapp agora. Mensagens inteligentes, nada banais.. publicitário . Marcamos um jantar. Deixei que ele escolhesse o local. O Italiano. Que amo!! Ele foi me buscar em casa: eu tremia igual adolescente… Recebi uma mensagem: jogue suas tranças Rapunzel! Ele estava lá. Desci, ele me esperou do lado de fora do carro, se apresentou me abraçou. Eu travada. Completamente. No carro me deu um mimo de presente. Eu travada. Não sei se conversei direito enquanto íamos. Só me lembro de estar com medo ( minha prima me acompanhava pelo meu gps do celular em tempo real). Sentamos, jantamos, conversamos, fomos embora e comecei a acalmar. Ao me despedir, não sei ainda o que foi… Mas aqueles olhos.. um beijo de boa noite foi inevitável. Fui para as nuvens. Acordei nas nuvens. Não nos deixamos mais depois desse dia, mas minha família não sabia. Almoços, cinema, happy hour. Um cavalheiro gentil e generoso. Dei entrada no divórcio. Ele sabendo de tudo. Natal juntos, os dias que podíamos estávamos juntos. Réveillon juntos. Nessa noite, antes da festa, fui conhecer a mãe dele. Eu não esperava.. Melhor Réveillon da vida. A festa horrível, viemos embora, mortos de fome, sentamos no chão da sala e comemos batatinhas da Air frier. Aquele tipo de atenção e carinho, eu não conhecia. Um homem mesmo.. que cuidado. Mas cheio de Toc. Que eu amo!! Adoro as manias rsrsrs ele é do tipo que deita no colo, conversa, cochila, te põe no colo, abre e fecha a porta do carro, beijos em todos os sinais fechados. Carinhoso. Enfim. Eu que não queria nada, passei a querer… Ficamos praticamente grudados . Dormia na casa dele quase todos os dias, ele levantava cedo, malhava, voltava e me acordava com o café pronto. Me levava no trabalho.. mensagens o dia todo. Casa do irmão no fds. Na mãe 3 vezes por semana.. e não podíamos encostar um no outro… Fiz torcida nas corridas dele de rua, enfim. Criamos uma rotina de namorados em pouquíssimo tempo. Ele é calmo e sério. Focado. Eu calma, tranquila mas surto fácil. Respondo e reago sem pensar. Ele tem uma posição elevada em uma emissora, mesmo assim, sempre atencioso demais. Quando começou as chuvas e alagamentos em BH, ele praticamente morava na emissora. Não podia estar longe de lá. Quando nos vimos, em menos de 20 minutos a central ligou e ele teve que voltar. Surtei. Surtei por dentro. Acredito que por carregar bagagem do relacionamento anterior. Mas estava lady na frente dele. Até que um dia eu não segurei e surtei na cara dele. Dei de louca mesmo, dentro de casa. Larguei ele sozinho, deitado, fui embora e nem fechei a porta. Deixei tudo aberto. Pensa que louca? Qual o motivo? Não lembro. Acho que horário, ou não. Mas afastamos. Aí que percebemos que estávamos indo rápido demais. Isso ainda era Janeiro. Tentamos diminuir os encontros, mas não deu certo e estávamos agarrados de novo. Dois dias antes do meu aniversário de 40 anos, (domingo de carnaval) ele me mandou uma mensagem que não iríamos nos ver mais. Eu achei que ele estava testando minha reação, pois ele detesta surto. Fiquei numa boa. Falei ok. Dormi. ERA REAL. Amigos sim. Mas ele se assustou com tudo que vivemos, dividimos, em tão pouco tempo. Só me chamava de meu amor.. sempre. Então tô aqui, sofrendo, chorando, enlouquecendo de amor e saudades. Nem lembro que fui casada por tanto tempo. Esse novo relacionamento que me abalou as estruturas. Penso 24horas nele. Tô com medo de começar a stalkear a vida. Ainda conversamos. Até opinião sincera pra comprar na Alphorria hoje ele me deu. Mandei as fotos e ele me ajudou a escolher. Um bom gosto absurdo. Mas ele ainda acha que devemos continuar sem nos ver por um tempo. E eu tô aqui, sofrendo, chorando, como se ele fosse o meu marido, que viveu do meu lado 24 anos. Ele diz que tem saudades, mas que quer esse tempo. Quer entender o que aconteceu e porque foi tão rápido. Espero? Tenho paciência? Porque só quero chorar e deitar no colo dele. Ele me trouxe paz. 

E tirou a minha paz. 

O que faço? Quero só ele. Sistemático, ranzinza,  maníaco por limpeza… Mas que é a melhor pessoa que já conheci!!!! 

Espero? Esqueço?

Sei lá, cheiro de cilada no ar… E não tem essa de que ele se assustou com a velocidade da relação não tá? Sem querer, mas já jogando um balde de água fria na sua cabeça, um homem, quando REALMENTE quer uma mulher, não tem nenhuma desculpa ou obstáculo que o impeça de ir em frente. E outra coisa migs… quarentinha e surtando na frente do boy por um motivo que de tão banal você nem lembra?? Para né? Acredito mais que ele assustou com o surto do que com a velocidade do namoro. E outra coisa, você diz: “Mas cheio de Toc. Que eu amo!! Adoro as manias.” “Até opinião sincera pra comprar na Alphorria hoje ele me deu. Mandei as fotos e ele me ajudou a escolher.” Pedir esse tipo de opinião pra um cara que te deu um fora??? Hummmmmm, vamos amadurecer um tiquim?????? Nem espere, nem esqueça, vá primeiro estabilizar sua vida e sua cabeça pra depois por outro homem nela.

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